O mundo.
A globalização apresentou-se como necessidade, mostrou-se enquanto vigilância de todos.
E boicote de si.
As modalidades opióides contemporâneas mascaradas de aparências sutis e amistosas,
concretizam-se na diluição de si.
Em consonância com o eu que tudo pode,
inclusive simular sorrisos, feitos, momentos.
Postar para acreditar que vivos estamos.
Para sentir o que nos foi retirado em algum nível. A busca psicanalítica de si.
Os mergulhos que, caso sejam muito profundos, entediam e se desfazem no rolar das novas histórias cotidianas.
Histórias estas melhores que as nossas, necessariamente.
É a condição para que você seja parte do todo.
Que universo tão etéreo e dendo é esse? Fizemos a escolha, de fato, em estarmos nesse não-lugar?
Ou apenas chegamos lá porque, aparentemente, somos tão interessantes quanto estrelas Globais?
Somos tão óbvios a ponto de cedermos à atração de janelas abertas para espiarmos vidas inteiras?
Pensarmos com responsabilidade, então, sobre as nossas próprias entreabertas, ou escancaradas.
A pressão invisível, mas inerente, de que se não há conteúdos passíveis de compartilhamento, talvez você não seja o suficiente.
E sem olhos a te contemplarem.
Você.
Falível,
humano,
incompleto.
Que sente,
sofre,
celebra
e vive lutos que sequer necessitam nomes, ou delineamentos.
Vivamos fora das telas.
Vivamos fora.
Vivamos.